Embalsamamento ou Tanatopraxia?

Tanatopraxia - Somatoconservação - Embalsamamento


Somatoconservação

Descrição da Técnica de Tanatopraxia

A Somatoconservação também conhecida como Tanatopraxia é uma técnica científica utilizada mundialmente, pela qual se promove a total profilaxia do corpo e estabilização temporária de cadáveres humanos, este procedimento é realizado em laboratórios especialmente construído em empresas funerárias.
Através deste procedimento é possível o resgate da aparência saudável do falecido, oferecendo conforto aos presentes no velorio pelas questões de aparência, e segurança, do ponto de vista sanitário, além de permitir translados, velório prolongado.
Apresenta também o benefício de se eliminar bactéria fungos e vírus existentes em ambiente hospitalar aumentando a segurança de todos que venham ter contato com o cadáver. Em função de suas concentrações adequadas, e de suas características químicas, os produtos utilizados não contaminam o solo onde é sepultado e não deixa resíduos em função de sua volatilidade. O principal produto conservante é o aldeído fórmico ou formaldeído que é um subproduto da destilação de álcool metílico.

A história da Tanatopraxia começou durante a Guerra Civil americana (1861-1865), onde soldados falecidos durante as batalhas, eram embalsamados no próprio local, em acampamentos improvisados, para serem entregues aos seus familiares. O médico que mais se destacou nesta técnica, foi o Dr. Thomas H. Holmes, considerado “o pai do embalsamamento moderno”. É atribuído a ele, durante a guerra, o embalsamamento de 4.028 (quatro mil e vinte e oito) homens. No mesmo período, Holmes, desenvolveu outros fluidos de embalsamamento mais seguros, graças à experiência adquirida.

Depois da Guerra civil, o ato de embalsamar passou a ser amplamente reconhecido pela sociedade americana e em 1922, a Funeral Directors National Association of the United States (NFDA), órgão que regulamenta a atividade dos profissionais do ramo, decidiu numa tentativa de aumentar o valor agregado aos mesmos, substituir a designação “empresário do ramo funerário” para” Diretor Funerário”. Naquele mesmo ano, o Dr. C.M. Lukins, da Pulte Medical College, em Cincinnati, Ohio, estabeleceu a Cincinnati School of Embalming, uma escola especializada na arte de embalsamar, como sendo a pioneira nos Estados Unidos.

No Brasil a atividade tem aproximadamente 14 anos de existência, iniciando-se em Curitiba/PR; Botucatu/SP e Belo Horizonte/MG, e como técnica científica consiste na seguinte seqüência de procedimentos:

https://funerariagrupoarcanjomiguel.webnode.com/_files/200000002-1d9b61e94f/fdghfghfhgc.jpg               https://funerariagrupoarcanjomiguel.webnode.com/_files/200000042-7257474495/crbst_restaurao.jpg                                        

(antes)                        (depois)                       

A tanatopraxia usa liquidos conservantes com base de formol injetados através de maquinas apropriadas, com regulagem de pressão e vazão. Isto é feito através de artérias junto ao triangulo de escarpa ou carótida, podendo ser feito multiponto conforme a necessidade de cada caso, em média se utiliza 8000 ml de liquido por corpo, ocorrendo a drenagem do sangue durante o processo de injeção.

O cadáver fica com aparência saudável, coloração epidérmica rosada, sem marcas de “livores mortis”, ou seja, roxos nas extremidades e posterior abdominal, tecido epidérmico ganha espécie de celulite, há ganho de massa muscular, ficando pernas e braços mais grossos e flexíveis, boca e olhos fechados, posição do corpo normalmente reto.

Abdome normal para negativo, devido à aspiração toraco-abdominal que retira sangue e gases, após este processo que utiliza a abertura de orifício ao lado do processo xifóide (umbigo) ainda há a introdução de cerca de 500 ml de liquido conservante neste local. Tempo médio de preparação: 2 horas.

 

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Múmia

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Múmia em sarcófago de madeira.

Uma Múmia é um cadáver, cuja pele e órgãos foram preservados intencional ou acidentalmente pela exposição a produtos químicos, frio extremo (múmias de gelo), umidade muito baixa e etc. Atualmente, o mais antigo cadáver humano mumificado (naturalmente) descoberto foi uma cabeça decapitada, com de 6.000 anos, encontrado em 1936. As múmias mais famosas são as egípcias, destacando-se as dos faraós, Tutancâmon, Seti I e Ramsés II, embora a primeira múmia egípcia conhecida, apelidada de "Ginger", remonta a cerca de 3300 a.C..

Múmias humanas de outros animais têm sido encontradas em todo o mundo, tanto como resultado da preservação natural através de circunstâncias incomuns, como pelo uso de artefatos culturais para preservar os mortos; por exemplo, há mais de 1.000 múmias preservadas pelo clima seco em Xinjiang na China, e mais de um milhão de múmias de animais foram encontrados no Egito, muitos dos quais são gatos.

 

Múmias naturais

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Múmia natural de Guanajuato, México.

As múmias naturais são muito raras, pois são necessárias condições específicas para a sua formação, entretanto este processo produziu as múmias mais antigas conhecidas. A múmia mais conhecida é Ötzi the Iceman, congelado em uma glaciação, nos alpes Ötztal, em torno de 3300 a.C. e foi encontrada em 1991. Uma outra múmia mais antiga, no entanto menos preservada, foi encontrada em Nevada, EUA em 1940, e foi datada com carbono-14 em torno de 7400 a.C.

Em alguns países da Europa, como Reino Unido, Alemanha, Suécia e Dinamarca possuem regiões pantanosas, chamadas de bogs. Nestes terrenos a acidez da água, as baixas temperaturas e a falta de oxigênio são combinados para curtir os tecidos moles dos corpos escondidos nas águas, normalmente sacrifícios rituais e assassinatos. Tais múmias são extremamente bem consevadas, normalmente os esqueletos se decompõe, mas em alguns casos é possível determinar última refeição do conteúdo estomacal.

Em 1972, foram descobertas oito múmias extraordinariamente bem conservadas em uma comunidade Inuit, chamada Qilakitsoq, na Groelândia. As "Múmias da Groelândia" é um grupo formado por um bebê de seis meses, um garoto de quatro anos e seis mulheres de várias idades, que morreram há aproximadamente 500 anos. Os corpos foram mumificados por causa das temperaturas abaixo de zero e os ventos secos que cercam a caverna onde foram encontrados.

Algumas das mais bem preservadas múmias datam do período Inca no Peru, há 500 anos atrás, quando crianças sacrificadas em ritos eram colocadas nos picos das montanhas da Cordilheira dos Andes. O clima frio e seco age na preservação dos corpos.

No estado de Guanajuato, México foram descorbertas múmias em um cemitério da cidade chamada Guanajuato, a nordeste da Cidade do México. Estas são múmias modernas acidentais e foram literalmente desenterradas entre os anos de 1896 e 1958, quando o governo local exigia o pagamento de uma espécie de taxa. As múmias de Guanajuato estão expostas no Museu de las momias em uma colina com vista para a cidade.

Exemplos de múmias naturais

Mumificação

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Múmia no Museu Britânico.

Mumificação é o nome do processo aprimorado pelos egípcios em que retiram-se os principais órgãos, dificultando assim a sua decomposição. Geralmente, os corpos são colocados em sarcófagos de pedra e envoltos por faixas de algodão ou linho. Após o processo ser concluído são chamadas de múmias. O processo de mumificação durava cerca de 70 dias.

A mumificação era um processo bastante complexo e demorado. O sacerdote (embalsamador) começava por retirar o cérebro do morto, com um gancho, por meio das narinas. Depois, faziam um corte no lado esquerdo do corpo, retirando os órgãos, que eram colocados em vasos próprios e guardados no túmulo, há exceção do coração, que, por ser necessário na outra vida, era recolocado no seu lugar.

Então, o corpo era coberto com natrão (cristais de sal) e deixado a secar durante 70 dias. Após esse processo, as cavidades eram cheias com linho e substâncias aromáticas, e enrolava-se o corpo com ligaduras. Os olhos eram cheios com linho ou pedras pintadas de branco. Também os animais de estimação eram por vezes embalsamados e colocados em sepulturas próprias.

Tipos de mumificação

Múmia () em hieroglifos é

z
a

H

A53

 

Mumificação solar do Egito faraonitico

O Faraó morreu e o seu cadáver é cozinhado até as carnes se desprenderem dos ossos. Os ossos são pintados de vermelho, enfaixados, fazendo-se uma estocagem na múmia com gesso. Pinta-se o retrato da pessoa na própria múmia. E esta se forma ao mesmo tempo em uma estátua Ka, ou seja, uma estátua que vai abrigar a alma do morto. Deixavam o corpo ao Sol, pois acreditava-se que o Sol era o principal deus e traria luz para a alma.

Mumificação osiriana

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Múmia peruana no Convento do Carmo, em Lisboa.

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Múmia guanche de Tenerife (no Museo de la Naturaleza y el Hombre de Santa Cruz de Tenerife).

Este é o processo que mais conhecemos e o que se tornou mais utilizado. Para o Faraó, para a nobreza e pessoas mais ricas, era feita da seguinte forma:

  1. O cérebro é tirado pelas narinas, através de um instrumento curvo, mexe-se no cérebro que é uma massa mole, e este se liquefaz. Injeta-se vinho de tâmara, ajudando a dissolver mais o cérebro. Vira-se o morto e o cérebro escorre pelas narinas
  2. É aberta uma incisão no abdômen e todos os órgãos internos, exceto o coração, são retirados, embalsamados e colocados em jarros chamados de canopos. Em seguida, o corpo é enchido com saquinhos de sal (Natrão) e mergulhado em uma espécie de bacia um pouco inclinada com um furo de um lado, para que seus líquidos escorram. Após isso, a múmia é literalmente enterrada por 72 dias. O sal absorve todo o líquido do corpo
  3. Após estes 72 dias, o corpo, que está escurecido e ressecado, é retirado. Enxertam-se resinas, aromas, perfumes, bandagem, pó de serra, isto para dar a conformação do corpo. Depois disto, a abertura no abdômen é costurada, e é colocada uma placa mágica, geralmente com o desenho dos Quatro filhos de Hórus e de seu olho;
  4. Começa, então, o processo de enfaixamento com metros e metros de tiras de pano de linho com goma arábica, até fazer a composição que vemos nas múmias. A cada volta, colocam-se amuletos e colares. Assim a múmia está pronta para o enterro, sendo que no caso do Faraó este enterro era acompanhado de um extenso ritual, repleto de encantamentos, realizado por sacerdotes.

Mumificação para pessoas de classe baixa

Dão uma injeção de essências e de vinhos corrosivos através do ânus, põe uma espécie de tampão e depois de alguns dias tiram-no o que dissolveu. Então eles enfaixam a múmia e devolvem o corpo para os parentes.

Quando as múmias foram encontradas, muitas foram comercializadas e quando o comércio delas acabou e ninguém mais se interessava em comprá-las, alguns ladrões de túmulos decidiram triturar as múmias e comercializá-las como pó para fazer chá. Muitas pessoas adquiriram este pó achando que haveria algum poder de cura para seu tipo de doença.

Mumificação na atualidade.

A mumificação também é um fenômeno natural, sendo o resultado de cadáveres que são enterrados em terreno seco, quente e arejado. O cadáver sofre uma desidratação rápida e intensa, e o corpo não entra em decomposição, pois a fauna cadavérica não resiste. A pele do cadáver fica com aspectos de couro.

Em 2011 o britânico Alan Billis (ex-taxista de 61 anos de idade), tormou-se o primeiro ser humano mumificado (conforme o processo egípcio) após 3.000 anos. Alan foi diagnosticado com um câncer terminal e ofereceu o seu corpo para que uma pesquisa/documentário do canal Channel 4 fosse realizado. O pesquisador Stephen Buckley realizou o processo aos moldes dos mestres egípcios e após três meses de trabalho, foi concluído a primeira munificação após três mil anos. O documentário recebeu o nome de: "Mummifying Alan: Egypt's Last Secret" (em português: "Mumificando Alan: O Último Segredo do Egito")

Tutancâmon - a múmia mais famosa de todos os tempos.

A descoberta por Howard Carter do túmulo totalmente intacto do faraó Tutancâmon é a mais famosa de todas, pois, quando ela foi descoberta, todo o tesouro enterrado com este faraó estava do modo como fora colocado havia milhares de anos. Algo impressionante e confuso, pois os ladrões de túmulos não a haviam encontrado e nada havia sido tocado.

 

Conheça mais.

O incrível caso de Rosalia Lombardo

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Essa foto é de uma criança de 2 anos de idade que morreu de pneumonia, tirada em 2007. Até aí nada de especial se não fosse que ela morreu em 1920.

 Mas seu corpo, ao ser descoberto nas Catacumbas Capuchinhas de Palermo estava intacto, como uma boneca.

O pai de Rosalia, consternado com a morte da filha, chamou o mais famoso embalsamador da época, o Dr. Alfredo Salafia, para cuidar para que o corpo da menina fosse preparado.
Graças às técnicas até então misteriosas de mumificação do Dr. Salafia, Rosalia permanece intacta até hoje, tanto que a menina, ao ser descoberta recentemente pelos locais moradores da cidade, era tida como uma boneca de porcelana que havia sido colocada lá, talvez a pedido de alguma família, para simbolizar a morte de Rosalia. Mas descobriu-se que aquela “boneca”, era na verdade o próprio corpo. Isso porque, em uma catacumba cheia de cadáveres decompostos, aquela pequena menina era a única intacta.

A fórmula para mumificação do Dr. Salafia permaneceu um mistério, até que pesquisadores a descobriram nas suas anotações pessoais, em poder da família: um composto de formol para matar as bactérias, álcool para desidratar o corpo, glicerina para evitar que ressecasse, ácido salicílico para matar os fungos, e o mais importante de todos, sais de zinco para dar ao corpo rigidêz. Exames de raio-X e ultrassonografias revelam que além da aparência externa, todos os órgão internos permanecem intactos. Descobriu-se depois que o Dr. Salafia havia viajado ao Egito para aprender técnicas de mumificação, estudando as tumbas faraônicas e realizando pesquisas com médicos locais.

O corpo de Rosalia está hoje em exposição em uma pequena capela ao fim do trajeto turístico da catacumba descoberta, e permanece em seu pequeno caixão com uma tampa de vidro, em um pedestal de mármore.

mumias nas catacumbas de Palermo

Até recentemente era um mistério o porque de Rosalia Lombardo não entrar em decomposição como os demais corpos das catacumbas vizinhas. A menina permanece do mesmo modo que foi armazenada num caixão com tampa de vidro desde o dia de sua morte. Por muitos e muitos anos, a fórmula de preservação usada para manter o corpo da menina permaneceu um mistério.

menina cadaver

Só recentemente uma equipe de especialistas da National Geographic Magazine teve acesso ao corpo e usando métodos científicos conseguiu determinar a formulação desenvolvida por Alfredo Salafia, um taxidermista que preparou o corpo da menina para que nunca perdesse sua beleza.

 

Descobriu-se que o preparador do corpo havia injetado na menina uma mistura de formol, sais de zinco, álcool e acredite se quiser: ASPIRINA, além de glicerina.

Aparentemente foram os sais de zinco que a mantiveram bem preservada, e adicionalmente petrificaram seu corpo como uma estátua de carne e ossos.